À minha maneira
Bem, são 22h e estou a escrever para o blog…
Hoje é o meu dia de postar algo – e até às 23h59 ainda é hoje! (mais três dias se pagar multa, certo?!)
Porque é que só estou a escrever agora? Podia dar-vos mil e uma justificações, cada uma mais válida do que a outra e sendo todas verdade.
De facto, estou cansada, mais mentalmente do que propriamente a nível físico, e a precisar urgentemente de algo a que os comuns mortais chamam de férias.
Efetivamente, hoje estive bastante ocupada com trabalho, tive almoço de família (parabéns Tia!), e só há pouco me sentei no sofá.
Sofro de uma preguicite crónica, autodiagnosticada (mas sobejamente confirmada, perguntem a quem quiserem).
É um facto que tenho muita coisa na cabeça.
A verdade é que sou portuguesa e, como boa portuguesa que sou, à última é sempre a melhor altura para se fazer o que quer que seja.
Ideias não me faltam. Tenho imensos temas sobre os quais quero falar convosco – sim, convosco; apesar de não me importar de falar sozinha, queremos partilhar estes nossos devaneios (e gostamos de saber que vocês estão aí, por isso, deixem um olá ali em baixo nos comentários!).
Mas, realisticamente, a justificação é maioritariamente uma: sou do contra.
Sempre fui daquele tipo de crianças (vamos fingir que foi só enquanto era criança) que quando ouvia um faz automaticamente pensava não vou fazer. Levantava-me para ir arrumar a roupa, mas se ouvia um “tens que ir já arrumar a roupa”, voltava a sentar-me mais dois minutos. Queria mesmo ir, mas perdia a vontade se me mandassem ir.
É que tiram o gozo todo à coisa se tiver que ser só porque tem que ser. Nunca fui grande especialista a cumprir ordens. Não me dou muito bem com horários. Não gosto muito de compromissos. Chamavam-lhe teimosia; eu prefiro o termo determinação. Houve até quem usasse a expressão mau feitio (que ultraje).
Eu faço, mas à minha maneira.
Acho adorável vocês pensarem que eu tenho algum tipo de controlo sobre isto. Lembram-se de vos ter falado do meu cérebro hiperativo? Pois. É uma reação automática. Sucede que agora oiço menos tem que ser’s, entendo que há coisas que têm mesmo de ser, e, por vezes, consigo sentir a reação a surgir e resfriá-la (não, não R., desta vez vais fazer e pronto).
Disse-vos logo no meu primeiro post que provavelmente era o membro com mais incertezas. Sei que fui a pessoa mais adversa à ideia, ou que lhe criou mais obstáculos. Não que não adore falar, ou que tenha pouco para dizer, ou até poucas ideias – nada disso. Mas tenho que escrever regularmente. Tenho de cumprir com esse compromisso. Tenho de tentar transmitir algo de minimamente agradável de ler. E puff, lá perdi o interesse em escrever sobre aquele tema sobre o qual estava tão ansiosa para escrever. Não é que não queira ou que não goste de escrever. Mas ai, o cérebro mete-se lá nuns arranjos com o subconsciente e lá vêm as mil e uma desculpas com que começámos – entendam-se lá, porque eu quero escrever!
Aliás, eu ainda não entendi muito bem porque é que escolhi ser Advogada, mas tenho cá para mim que foi um arranjinho do subconsciente, que só ouviu a expressão trabalhadora independente!
Alguém desse lado sofre do mesmo mal?!
Eu, cerca de 1994 – mantenho-me igual.
R.