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quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

24
Nov19

“Paital”: Fujam!

quatro de treta e um bebé

 

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Eis que “abriu” a época natalícia e estamos oficialmente tramados e condenados a ficar com os miúdos em casa!!!!
Eu adoro o Natal o que ajuda a ter estofo para lidar com tudo isto mas digo-vos que não é fácil!
Ora bem: “Benedita, queres ir à rua?”
- “queres!”, responde ela, assertivamente.
Penso, bem vou só ali então fazer umas comprinhas e já volto.
Entro no supermercado, penso que entrei na TOYSRUS e enquanto (quase) pontapeio os brinquedos para chegar ao fiambre, tenho a Benedita a por a mão em tudo o que é brinquedo e a dizer “queres, queres”.
Explico-lhe que apesar de estar tudo entusiasmado, o Natal é só mais para a frente.
E ela continua sem querer perceber “queres, queres bebé...panda...queres”.
Respondo: sim, filha, eu percebi mas por agora é só fiambre mesmo (risos).
Entre puxões lá a trago para junto de mim, quase, quase a chegar ao fiambre... Ups, mais uma secção natalícia, agora o “paital” em todo o lado. E “queres, queres, queres,...”
Lá a enrolo mais um bocado sempre com a treta do “ai que lindo! É, depois vemos isso, agora temos que ir”.
E ela, persistente: “paital, gio, queres”.
Ainda bem que ela não tem (ainda) grande léxico e argumentação. Teremos alturas piores. Para o ano nem saio de casa.
Pensam vocês, coitada da S., ainda não comprou o fiambre. Isso!!!!!
Mas vá, depois de algum esforço lá encontro o fiambre e coloco mais umas coisas no cesto. Dirijo-me a caixa e penso “ufa, que alívio, tenho o que quero e a miúda já sossegada!”.
NÃO!!!! Ainda travo uma batalha com as pantufas, pijamas e babygrows alusivos ao Natal.
Venço-a e sigo em frente a achar-me a Super Mãe.
Chego à caixa... e não é que o “gajo” está lá de novo?
“Paital, paital!”, alerta-me a B..
Respondo com ar desinteressado e despercebido: “diz, filha!?”.
Diz-me ela: “mais, mais, paital, paital”.
E continua o senhor de barbas, agora em chocolate, a “enfernizar-me” a vida!
Já pensei fazer um acordo com ele, o que acham?
Ele aparecer só mesmo dia 25 de Dezembro? Ali uma horinha e depois transformar-se em fumo e desaparecer!! Que tal?
Quem mais trava esta batalha?
Com paciência e de pazes feitas com Pai Natal porque o adoro,
S.

 

 

 

15
Nov19

O tempo

quatro de treta e um bebé

Olá pessoas,

 

Na semana passada a M. fez anos. Entrou nos 31 e, entre as quatro, relembrámos que há um ano atrás estávamos todas juntas a festejar os 30.

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Partilhámos entre nós esta foto. Uma foto do dia dos festejos dos 30. E o curioso é que como eu disse, passou 1 ano. Um ano. Como é que passou um ano desde que estivemos a festejar os anos da M.? Se me dissessem que tinham passado dois meses, eu acreditava.

Como é que nessa foto a nossa B. ainda era um bebé de colo e agora até já caminha?

Como é que ainda ontem estávamos a pensar no natal do ano passado e já estamos outra vez no natal?

É só a mim que esta passagem do tempo assusta? É que eu, genuinamente, não dei pelo ano passar. Coisas que se fizeram, coisas que se disseram, para mim foram no mês passado, não no ano passado.

Como é que passamos a semana a querer que seja sexta, o mês a querer que seja fim do mês, o ano a querer que seja ou aniversario, ou natal, ou férias, mas depois quando damos conta já foi?

Não tenho memória que há anos atrás tivesse sido assim. Não tenho memória que o tempo passasse tão depressa como nos últimos anos. E se por um lado é bom, tudo passa, o bom e o mau (felizmente este último). Por outro lado, não estamos a deixar escapar momentos, pessoas, neste passar do tempo que nos parece um nada, mas é muito? Facilmente passamos meia dúzia de meses sem falar ou ver alguém e parece que foi ontem que falámos e vimos. Acho que connosco acontece isso. E por um lado isso é bom. No nosso caso podiamos até estar o ano inteiro sem nos vermos, mas quando estamos as 4 juntas parece que estamos todos os dias. 

E lá está, se por um lado já não estamos juntas há um par de meses, parece que estivemos ontem.

Não sei se faz grande sentido o que disse, mas sei que esta coisa do tempo passar enquanto piscamos os olhos assusta um bocadinho. Quando dermos conta a B. já não é um bebé, já quer andar por aqui a escrever também.

E isso vai ser muito giro de ver…

F.

 

11
Nov19

Às pessoas.

quatro de treta e um bebé
Andei por Coimbra, Porto, Gaia, Guarda e, por fim, Lisboa. Todas estas mudanças de cidades estiveram associadas a mudanças profissionais. E as mudanças profissionais levaram à alteração, não só, do local de trabalho, da cidade, da casa, mas também das Pessoas. Pessoas que conheci nesses novos lugares, que me facilitaram a integração, com quem criei laços e desenvolvi amizades que até hoje perduram, apesar da distância, dos horários e das dificuldades em arranjar tempo, num tempo que não corre mas voa. De todas as vezes, e por causa das pessoas, as mudanças profissionais fizeram-me sentir aquele sabor agridoce. No fundo, e apesar de todas as promessas para que isso não aconteça, sabemos que há sempre alguém que fica para trás. E não é porque não sejamos amigos, ou sejamos menos amigos. Não é porque não queiramos ou não façamos o esforço. É porque é assim, porque, por vezes, torna-se difícil que duas vidas tão distantes se cruzem.

 

Não tenho dúvidas de que o que faz um lugar são as pessoas. E se fui feliz em cada uma desses lugares, se recordo com nostalgia, foi, e é, graças às pessoas. De Coimbra trouxe os "vamos apenas tomar café", do Porto as "quatro de treta", de Gaia os treinos às 7h da manhã. Da Guarda a proximidade.

 

Lisboa é diferente. Cheguei, há dois anos, àquela cidade que me foi apresentada como a cidade de onde tantos fogem pela confusão, pelo tamanho, pelo trânsito e pelas pessoas que se cruzam na rua (ou no elevador) sempre com passo apressado, sem tempo para um "bom dia". Cheguei e encontrei uma cidade cheia de luz, onde raramente chove e as temperaturas são bastantes agradáveis. Deparei-me com pessoas simpáticas e sorriso fácil. Com vizinhos afáveis, sempre com tempo para o tal bom dia. Conheci quem rapidamente se transformou em Amigo, e me faz sentir em casa. Os laços, esses, criaram raízes profundas. São e dão suporte. Seguram. Aparam as quedas. Um dia, quando me despedir de Lisboa, levar-la-ei comigo, tal como trago Vila Praia de Âncora no coração. Uma ao lado da outra. Tão longe, tão distantes, tão diferentes, mas tão "casas", as duas.

 

Hoje, termino mais uma etapa do meu percurso profissional. Pela primeira vez, não há mudança de cidade, de casa, de pessoas. Desta vez, não há sentimentos agridoce, nem despedidas, nem promessas de que vamos combinar jantares todos os meses, ou de dois em dois, ou uma vez por ano. E estou tão feliz por isso!

 

M.
02
Nov19

Amor entre rivais

quatro de treta e um bebé

Sou portista desde pequenina. Sócia desde 1994.

Desde pequena que vou ao estádio, tenho cachecóis e t-shirts, grito os golos do Porto e festejo as vitórias nos aliados.

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Como portista que sou, estou também habituada a vencer desde pequenina.

Desde pequena que fui habituada uma certa competição com os da outra trupe. E não apenas por serem, tantos deles, um tanto ao quanto arrogantes, que não se conseguem aturar quando, ao fim de tantos anos de derrotas, lá ganham qualquer coisa, mas porque são, efetivamente, o nosso maior rival. Aqui entre nós que ninguém nos ouve (especialmente a F.), já sabemos que, pelo menos desde que esta geração se lembra, as grandes competições pendem quase sempre entre dois clubes.

A acrescer, sou portuense desde pequenina. Sou bairrista pela minha cidade, e o meu clube é o clube da minha cidade (desculpe-me o axadrezado). Sempre torci o nariz à centralização, a ter 90% de notícias da outra cidade no telejornal, a ouvir o tempo para a capital, a ver o trânsito apenas para a capital, como se, fora daí, nada se passasse. Isso também se vê no futebol, nas reações diferentes às vitórias do meu clube nos jornais, sites desportivos, telejornais, e outros que tal, a ter programas da manhã dedicamos àquela vitória esporádica dos vermelhos mas ter, anos a fio, apenas um cantinho dedicado à vitória dos azuis.

Como ferrenha desde pequenina, sempre disse, de nariz empinado, que não namoraria com um daqueles do outro clube.

Quis o destino, em tom jocoso, que me aparecesse à frente o J. E eu, feita inocente, não me lembrei de lhe perguntar o clube antes de me apaixonar. E, depois, já não fui a tempo.

Quis o destino, gozando comigo, que, contrariando aquilo a vinha habituada desde pequenina, desde que namoramos que o clube dele ganha mais do que o meu.

Tentando ver o lado positivo da coisa, ao fim ao cabo, ninguém é perfeito, menos mal que o defeito do J. é tão fácil de descobrir.

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Por outro lado, quando era pequenina, não fazia ideia do que seria um Famalicão. Tão pouco sabia, como a maior parte das pessoas só veio a descobrir no ano passado, que Famalicão teria um clube de futebol. Tão pouco imaginava, tal como a maior parte das pessoas só se foi apercebendo quando o Famalicão chegou e se manteve no primeiro lugar, que seria um clube capaz de ser competitivo na primeira liga.

Aí sim, descobri a melhor parte do futebol. O prazer de torcer pela mesma equipa que a pessoa que está ao nosso lado.

Aí, o destino quis compensar-me e ser bom para mim, dando-me a oportunidade de torcer, com o J., por um clube azul e branco. E que bom que é! (não é, J., e pode ser mais do que um jogo por jornada assim, se tu quiseres… - numa derradeira tentativa de o convencer)

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Hipocrisias à parte, e como, para um ganhar, o outro terá de perder, confesso que eu torço principalmente pelo meu clube mas um bocadinho também pelo clube que está a jogar contra o meu rival, pelo menos enquanto a luta pelo primeiro lugar for tão acesa como nos últimos anos. Contudo, podemos fazer isso tudo e ter respeito uns pelos outros, que o respeitinho é muito importante, e, acreditem em nós, é possível. Especialmente porque sem o nosso clube ganhar, de pouco importa o outro perder, pelo que o que o clube deveria fazer é preocupar-se consigo e o seu jogo, e, quanto aos outros, bem, estar macagar.

Nem sempre é fácil, nem sempre é tranquilo, duas vezes por ano futebolístico, pelo menos, a nossa amizade é posta à prova, um fica sempre mais feliz do que o outro no final do ano. Felizmente, o J. não é tão ferrenho quanto eu, e conseguimos, para já, sobreviver e até gostar de ver futebol em conjunto.

Resta-me a esperança de que o azul e branco do Famalicão se entranhe tanto que expulse o vermelho de dentro dele, e uma rapariga pode ter esperança, certo?!

 

R.

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