Era uma vez #10 Reviews
Olá pessoas,
Vamos lá falar de livros outra vez.
Desta vez trago-vos a review de três livros que li este ano.
O primeiro foi o "As Mensageiras da Esperança" da Jojo Moyes.
Foi o segundo livro que li em 2021 e foi-me oferecido no Natal.
Este é um livro sobre pessoas e sobre livros e como os livros podem salvar pessoas. Só a premissa já é um óptimo motivo para o lermos.
Sinopse: Alice Wright casa-se com o belo americano Bennett Van Cleve na esperança de escapar a uma vida sufocante, em Inglaterra. Mas a pequena cidade de Kentucky rapidamente se revela igualmente claustrofóbica, sobretudo vivendo Alice com o sogro autoritário. É então que é feito um apelo para a participação das mulheres da cidade numa equipa para entregar livros; um projeto da nova biblioteca itinerante de Eleanor Roosevelt. Alice adere com entusiasmo.
Alice conhece assim Margery, a líder desta equipa, uma mulher autossuficiente e de discurso inteligente que nunca pediu permissão a um homem para nada. A elas juntar-se-ão três outras mulheres singulares que ficarão conhecidas como as Packhorse Librarians of Kentucky.
A aventura destas mulheres - e dos homens que amam - torna-se um drama inesquecível de lealdade, justiça, humanidade e paixão. Estas mulheres, autênticas heroínas, recusam-se a ser intimidadas pelos homens ou pelas convenções. E embora enfrentem todos os tipos de perigos, não desistem da missão que abraçaram: levar a sabedoria, a leitura e o mundo fantástico dos livros até aos mais pobres e desfavorecidos.
Mas quando a comunidade de Baileyville se voltar contra elas, será que a determinação - e o poder da palavra escrita - será suficiente para as salvar?
É um livro inspirado na história real das Packhorse Librarians of Kentucky, um programa de mulher que entregavam livros a pessoas que viviam nas montanhas e em sítios mais remotos entre 1939 e 1943. Por isso, este livro além desse projecto maravilhoso conta-nos a história de várias mulheres e assim vamos tendo uma perspectiva diferente do que era ser mulher naquela época. Do que era a sociedade no Estado do Kentucky, da mentalidade daquelas pessoas.
Este livro reune personagens maravilhosas e odiosas. Mas, ensina-nos e mostra-nos que através da amizade e dos livros podemos ultrapassar ou amenizar os nosso problemas. Vemos, de forma muito emocionada (confesso-me!) como os livros chegaram a tantas pessoas que estavam tão relutantes, tão desconfiadas, tão sem motivação. Como os livros mudaram a vida de homens, mulheres e crianças e deu-lhes algo pelo que ansiar, semana após semana. Como os ensinou, como os fez crescer, como lhes abriu novos horizontes.
Mas apesar de tudo isto ser realmente muito bom e eu ter gostado deste livro, especialmente pela forma como falava dos livros, quando eu digo que este livro tem pessoas odiosas, tem! Pessoas que não acho que tenham tido o final que mereciam, o que me irritou profundamente. Neste livro há descriminação, há muita descriminação e infelizmente faz-nos refletir se o que se passava naquela época mudou assim tanto em 50 anos.
Mas bem, não posso dizer muito mais. Posso dizer que me custou muito a entrar no livro, aliás as primeiras 70/80 páginas foram dificeis e pensei em desistir, mas depois li o resto do livro num fim de semana. Ler um livro durante muito tempo tolda-me sempre a vontade que tenho de o ler e a graça que lhe acho.
Dei 4 estrelas a este livro, porque apesar de ser um livro que me trouxe várias emoções e apesar de ter gostado gostava, de ter algumas personagens melhor desenvolvidas, gostava de ter final para algumas personagens e descobrir coisas que para mim seriam importantes. Se para algumas pessoas é ok ficar a imaginar o que aconteceu e os porquês, para mim não é ok. Eu gosto que o autor me esclareça e isso não aconteceu neste livro.
Mas é um livro que aconselho e valeu muito a pena ler!
O Segundo livro que vos trago é "O Rapaz ao Fundo da Sala "de Onjali Q. Raúf.
Que livro maravilhoso!! Aviso já que dei 5 estrelas a este livro.
É um livro da booksmile, por isso é um livro juvenil, supostamente não seria um livro imediatamente recomendado para adultos, mas who cares? Todos os adultos deviam ler livros infantis, juvenis, young adultos etc! Este livro é a prova disso.
Logo nas primeiras páginas fiquei maravilhada com a escrita. Esta autora escreve TÃO bem. (eu não sou pessoa de sublinhar livros, mas se fosse tinha sublinhado sempre qualquer coisa em todos os capítulos".
Sinopse: Um livro sobre um tema atual, visto pelo olhar de uma criança. Uma história memorável e premiada, que salienta a importância da amizade e da bondade num mundo tantas vezes intolerante e sem sentido.
Há um colega novo na turma. Ele senta-se sempre na última fila, mas não fala com ninguém nem olha para ninguém. Este rapaz enigmático e misterioso não sorri. O seu nome é Ahmet.
Intrigados, quatro meninos muito especiais tentam fazer amizade com ele e conhecer a sua história. Descobrem que o Ahmet é um rapaz refugiado que foi separado da família. Ele teve de abandonar o seu país para fugir à guerra.
Uma vez que nenhum adulto consegue ajudar o Ahmet a reencontrar a família, o quarteto de amigos elabora um plano audaz — nada mais do que A Melhor Ideia do Mundo — que os levará numa aventura extraordinária envolvendo a própria Rainha de Inglaterra!
Um livro multipremiado: vencedor do Prémio Blue Peter para Melhor História e do Prémio Waterstones para Melhor Livro Infantil, foi ainda finalista do Prémio Jhalak e nomeado para o Carnegie na categoria de Melhor Livro Infantil.
E é isso mesmo. Fala de um tema mesmo actual, o tema dos refugiados pelos olhos de uma criança. E como é incrivelmente tratado este tema. Não só este como o tema do bullying, por exemplo. É um livro tão inspirador. E posso dizer novamente como a escrita desta autora é fenomenal?
A sinopse já diz tudo por isso a única coisa que me resta acrescentar e sem dar nenhum spoiler é que este livro me fez perceber que mesmo sendo feminista, mesmo sendo uma pessoa consciente e informada, (não só eu como outras pessoas que leram o livro e com as quais discuti sobre ele) inconscientemente fui um bocadinho machista a ler este livro e isso só me faz pensar que sim, a escrita é óptima, mas se o meu cerebro nao deixasse não seria ludibriada com uma das especificidades do livro, mas quando percebi isso, god! que brutal, porque não estava a contar e pensei 'o que é que isso diz de mim?'. Não sei, se alguém leu este livro diga!! para falarmos sobre isto, porque só conheço mais duas pessoas que o tenham lido e pensamos as três exactamente o mesmo!!
Leiam este livro!! leiam livros infanto-juvenis, leiam livros infantis. Leiam o que quiserem! Mas leiam!
Por último, o livro que li basicamente o Fevereiro inteiro e acabei hoje!
"A Célula adormecida" do Nuno Nepomuceno.
Não, a verdade é que não leio tantos autores portugueses quanto gostaria.
A verdade é que já tinha visto muitos livros deste autor mas nunca tinha pegado em nenhum.
A verdade é que sempre que parava para olhar para livros do Nuno era sempre por causa das capas que são lindas! Mas.. em conversa com uma amiga - que andava a ler este livro - ela convenceu-me a compra-lo. É o primeiro de uma série e se o comprasse podia ler ao mesmo tempo que ela (sem pressão, mas ainda não lhe voltaste a pegar ). E assim foi. Não me arrependo.
Arrependo-me de ter demorado 20 dias a ler este livro. Quanto mais tempo demoro a ler um livro mais é afectado o impacto que tem em mim (já disse isto, eu sei). Mas é a verdade, parece que gosto sempre menos quando demoro mais a ler.
Sinopse: Um professor universitário vê-se envolvido num ato terrorista de dimensão mundial. As autoridades intervêm e interrogam-no. Mas enquanto as primeiras respostas começam a surgir, uma dúvida persiste: por que motivo continua ele a mentir?
Lisboa desperta para um cenário aterrador. Um bombista suicida barrica-se no interior de um autocarro e o novo primeiro-ministro é encontrado morto. Ao mesmo tempo, uma jornalista tão bela como determinada recebe um ultimato de um ente querido — é sua responsabilidade descobrir toda a verdade.
Os serviços secretos portugueses reúnem provas e concluem que uma célula terrorista adormecida está pronta a ressurgir. Com um evento internacional a aproximar-se, pedem ajuda a Afonso Catalão, um reputado especialista em Ciência Política e Estudos Orientais que já viveu no Médio Oriente. Mas é aí que acabam por se deparar com um poço de mistérios e meias-verdade ainda mais negras do que o novo ataque que está prestes a acontecer.
Pedido pelos fãs, passado durante os 30 dias do Ramadão, abordando temas atuais como a xenofobia e o racismo, A Célula Adormecida transporta-nos numa viagem deslumbrante por locais como Istambul, ou o interior da Mesquita Central de Lisboa. Inovador entre o género dos thrillers religiosos, este é não só um livro de leitura compulsiva e voraz, como também uma incursão temerária aos segredos mais recônditos da vida privada de um homem.
Mas bem, este livro é bom. O Nuno escreve de forma extraordinária. Adorei a escrita. Adorei os temas, adorei os sítios para onde me levou. Escreve capítulos curtos (o que adoro) e falou de temas de extrema importancia como a xenofobia e o racismo.
Tem personagens muito fortes e a personagem principal, o Afonso Catalão (que é personagem do resto da série), graças a Deus, é likeable, ou seja, é uma personagem porreira mas não simples, pelo contrário, é complexa e um bocadinho estranha mas simpatizei com ele. No início só pensava 'meu Deus, tantos acontecimentos importantes e díspares, tantas personagens' mas no fim encaixou-se tudo e tudo fez sentido e eu gostei disso. Podia ser um livro facilmente caótico mas sem ligação mas foi bem escrito.
Tem momentos realmente perturbadores e tristes mas acho que este livro serve sobretudo para nos fazer refletir na sociedade em que vivemos e na forma como estamos a educar as pessoas.
Gostei particularmente de ter tantos factos reais. Gostei muito que me tivesse ensinado coisas. Não foi só uma leitura por puro gosto mas fez-me aprender algumas coisas e levou-me para sítios que quero muito visitar, como Istambul.
E gostei imenso que fosse um livro com um final alternativo. Ou seja, este livro tem dois finais. Acabamos o livro e a seguir há outro final e nós que escolhamos qual queremos. ahah Por acaso acho que não competem nem são antagónicos, acho que até podiam ser cumulativos. Talvez pegue noutro livro dele, vamos ver!
4 estrelas para este livro e uma recomendação para todos!
Até qualquer dia, pessoas!
F.