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quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

11
Nov19

Às pessoas.

quatro de treta e um bebé
Andei por Coimbra, Porto, Gaia, Guarda e, por fim, Lisboa. Todas estas mudanças de cidades estiveram associadas a mudanças profissionais. E as mudanças profissionais levaram à alteração, não só, do local de trabalho, da cidade, da casa, mas também das Pessoas. Pessoas que conheci nesses novos lugares, que me facilitaram a integração, com quem criei laços e desenvolvi amizades que até hoje perduram, apesar da distância, dos horários e das dificuldades em arranjar tempo, num tempo que não corre mas voa. De todas as vezes, e por causa das pessoas, as mudanças profissionais fizeram-me sentir aquele sabor agridoce. No fundo, e apesar de todas as promessas para que isso não aconteça, sabemos que há sempre alguém que fica para trás. E não é porque não sejamos amigos, ou sejamos menos amigos. Não é porque não queiramos ou não façamos o esforço. É porque é assim, porque, por vezes, torna-se difícil que duas vidas tão distantes se cruzem.

 

Não tenho dúvidas de que o que faz um lugar são as pessoas. E se fui feliz em cada uma desses lugares, se recordo com nostalgia, foi, e é, graças às pessoas. De Coimbra trouxe os "vamos apenas tomar café", do Porto as "quatro de treta", de Gaia os treinos às 7h da manhã. Da Guarda a proximidade.

 

Lisboa é diferente. Cheguei, há dois anos, àquela cidade que me foi apresentada como a cidade de onde tantos fogem pela confusão, pelo tamanho, pelo trânsito e pelas pessoas que se cruzam na rua (ou no elevador) sempre com passo apressado, sem tempo para um "bom dia". Cheguei e encontrei uma cidade cheia de luz, onde raramente chove e as temperaturas são bastantes agradáveis. Deparei-me com pessoas simpáticas e sorriso fácil. Com vizinhos afáveis, sempre com tempo para o tal bom dia. Conheci quem rapidamente se transformou em Amigo, e me faz sentir em casa. Os laços, esses, criaram raízes profundas. São e dão suporte. Seguram. Aparam as quedas. Um dia, quando me despedir de Lisboa, levar-la-ei comigo, tal como trago Vila Praia de Âncora no coração. Uma ao lado da outra. Tão longe, tão distantes, tão diferentes, mas tão "casas", as duas.

 

Hoje, termino mais uma etapa do meu percurso profissional. Pela primeira vez, não há mudança de cidade, de casa, de pessoas. Desta vez, não há sentimentos agridoce, nem despedidas, nem promessas de que vamos combinar jantares todos os meses, ou de dois em dois, ou uma vez por ano. E estou tão feliz por isso!

 

M.
26
Out19

Mais um!!

quatro de treta e um bebé

Ora vamos a isso: mais um.
Mais um casamento de amigos. Mais uma festa até de manhã. Mais uma união que testemunhamos cheios de orgulho e mais umas quantas lágrimas - sim, eu sou daquelas que chooooorrrraaaa, choooorraaaa-!
Amanhã a Benedita fará a sua estreia na passadeira vermelha: tem a missão (espero que não impossível) de levar as alianças.
Neste momento faz o seu sono de beleza (já lhe disse que mais bela é impossível mas ela é persistente!); mal sabe o que a espera.
O casamento de amigos é sempre um privilégio e quando mais chegados, mais especial se torna. É o caso de amanhã: Casa uma das melhores! Estou tão feliz!!
Dispensava a rotina matinal de “cabeleireirÓmaquilhagem” mas para se ir em “bom” vale tudo.
Uma mulher sofre!! Mas há quem não tenha grandes preocupações.
Perguntei há pouco: Tiago, já tens tudo pronto?
Resposta: sim, amanhã de manhã, vou a lavandaria buscar o fato.
Por um lado, gabo-lhes a sorte. Por outro, ou são lindos-assim-memo-lindos (como o meu!!!!) ou também não têm muito por onde melhorar.
Não me vejo a casar assim neste modelo tradicional mas adoro as festas dos outros.
Amanhã há mais UM GRANDE DIA e fica mais perto o dia em que chegará mais um sobrinho!

A delirar,
S.

16
Out19

Os meus amores pequeninos (parte 2)

quatro de treta e um bebé

Não imaginava o que seria o amor de tia.

Ser tia nunca foi uma ambição minha, tão pouco um plano, um desejo, sequer uma eventualidade pensada.

Como já vos contei, fui filha única até aos 19 anos, quando nasceu a S.

Não ter irmãos significava não ter nada do que vem associado à irmandade; mormente, significava não ter sobrinhos.

Naturalmente, após nascer a S., sobrinhos não foi, de todo, uma ideia que tivéssemos contemplado. Afinal de contas, a S. acabou de fazer 9 anos, pelo que espero que não me dê essa novidade durante muito, muuuuiiiito tempo.

Talvez em relação aos meus primos, a relação mais próxima desse género, os meus brothers from another mother, ainda imaginasse vir a ser tia, mas, novamente, nada de muito pensado, planeado, ou sequer ambicionado.

Surge o J. e com ele traz não um, não dois, não três, mas quatro irmãos. Ainda assim, sobrinhos, nem pensá-los.

Passam uns anos e nasce o A. Uns anos depois, nasce o D.

E heis que dou por mim uma tia babada.

Sim, sim, tia. A irmã é do J., mas os sobrinhos são nossos.

Fosse o J. diferente, fosse eu diferente, ou fossemos nós diferentes, e até poderia nem ser assim. Mas não somos; somos assim. A loucura da minha família já é dele, e a loucura da família dele já é minha. Vejam lá que o J. já merece ser individualizado no discurso de agradecimento dos 80 anos da minha avó M. (e olhem que foi um momento muito solene!).

De entre tantas coisas boas que o J. trouxe à minha vida (ele próprio incluído), trouxe-me também dois amores pequeninos.

Descobri recentemente este novo sentimento, o amor de tia – e tão bom que é.

Sim, sou daquelas tias babadas que fala dos sobrinhos como se tivessem acabado de ganhar a bola de ouro, ou um óscar, ou o nobel da paz. Daquelas que se baba a ver os vídeos e as fotografias das peripécias dos pequenos. Mesmo daquelas que volta e meia diz “sabes que os meus sobrinhos fazem isto e aquilo”.

É que, não é por serem meus, mas são, efetivamente, os sobrinhos mais fofos de todo o universo.

Ser tia, descobri eu, é algo de fabuloso.

Ser tia é ter a oportunidade de ser uma figura de referência, é poder ser um porto de abrigo, uma amiga que é mais do que isso, e, quando os pais nos permitem e nos incluem da forma inclusiva como a irmã do J. o fez, a possibilidade de, junto dos pais, participar ativamente na vida de bebés/crianças/jovens/adultos que, não sendo nossos, o são.

É ser uma companheira de aventuras e brincadeiras, ser aquele adulto que, como o Panda, é fixe. Ser, como o J. gosta de dizer, “os tios malucos” (ou, como eu prefiro, “os tios favoritos”).

Mas também estar pronta para se for preciso ser o adulto que diz “não, isso não”.

É que isto de ser tia não é só folia, também é responsabilidade!

É perceber que somos importantes para aqueles seres tão pequeninos, entender que eles sentem a nossa falta, que nos estranham e ressentem se ficamos ausentes, que a nossa validação é importante e que o nosso apoio pode ser decisivo.

Quanto ao nosso grupo, a S. contemplou-nos com a felicidade de sermos tias emprestadas da nossa B., pelo que de tudo faremos também para tornar a vida da pequena B. mais feliz, com essa benesse e bem-vinda responsabilidade que nos foi atribuída.

Tive a sorte de ter tios e tios-avós fabulosos que marcaram, e continuam a marcar, a minha vida de uma forma muito positiva e muito importante.

Espero poder vir a, de certa forma, retribuir, tudo o que recebi enquanto sobrinha, como tia.

Até lá, e sempre enquanto mo permitirem, espero poder ser uma presença positiva na vida destes meus amores pequeninos.

3.jpg

R.

16
Ago19

O meu anjo da guarda abandonou-me!

quatro de treta e um bebé

Hezalel, volta já aqui! Agora!! Não te volto a chamar! Hezalel!!!!!!

Hezalel é o meu anjo da guarda.
Que ao fim de 30 anos decidiu fazer greve (não consigo evitar revirar os olhos ao dizer isto). Diz ele que está cansado e recebe pouco!

Pensava eu que a função dos anjos da guarda era igual à dos advogados estagiários, não remunerada, e que a gratidão, por si só, chegava. E se há coisa da qual ele não se pode queixar é de lhe ser, eterna e extremamente, grata.

Recordo o meu querido anjo da guarda com um grande sorriso no rosto... Já fomos tão felizes juntos! Eu a tentar fazer asneira e ele a impedir. Eu a tentar alguns desvios e ele, teimoso, a empurrar para o caminho certo. Por diversas vezes, não tinha qualquer a intenção de me desviar do percurso, mas dava-me algum gozo ouvir o suspiro do "outra vez?!", ver o encher do peito como se fosse buscar energia aos confins do mundo, e a corrida rápida, tipo Duck Dodgers, para se colocar à minha frente com o dedo esticado a dizer "go out".

Foi com ele que aprendi a dizer os meus "nãos" e o "põe-te a andar".

É um anãozinho (bem pequenino), gordinho, de cabelo encaracolado, loiro, olhos claros e nariz empinado. Anda sempre de fraldas de pano, com alfinete dourado, e teima em carregar nas costas umas asas daquelas que se compram em qualquer loja de fantasias na altura do carnaval. Anda como se desfilasse, de peito feito e barriga encolhida, aparentando que mantém a respiração suspensa durante todo o tempo. Sempre o achei ridículo. Mas ao mesmo tempo um fofo, daqueles que apetece apertar as bochechas só para que o peito baixe, a barriga saia e a respiração retome a normalidade.

Apesar de todas as nossas desavenças e pensamentos opostos, sempre gostei muito dele. E sempre fomos um só.

Mas agora, sem dó nem piedade, decidiu abandonar-me assim. Sem mais. Argumentando que se quero continuar a fazer asneira, para o fazer com força, e para não contar com ele. Que está cansado e que não lhe pago para isso?!

Como assim cansado? Eu nem dou assim tanto trabalho!

Está a fazer birra! É isso, está simplesmente a fazer birra!

Hezalel, já não tens idade para birras! Volta imediatamente. Por favorzinho!!!

 

M.

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