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quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

12
Mar21

Uma confusão de divagação

quatro de treta e um bebé

Esta foi uma semana algo confusa. Tenho a sensação de que certas coisas aconteceram há meses, outras ontem, outras será que aconteceram mesmo?!

O trabalho foi, bem, confuso. Imensa informação nova, a vir de todos os lados, com prazos diferentes, sobre assuntos diferentes, de pessoas diferentes, para passar para pessoas diferentes, e, por outro lado, para ser tudo feito ao mesmo tempo e, de preferência, para ontem.

Então, quando hoje me sentei para escrever, passaram-me pela cabeça biliões de pensamentos e zero ideias, ao mesmo tempo. Uma confusão, sabem?

Pensei: posso escrever sobre algo diferente que tenha feito esta semana. E logo de seguida: tipo o quê?! O restaurante novo que ainda não experimentei? O passeio que não dei? A viagem que nem penso em planear tão cedo? Algumas das atividades de que já falei por aqui estão “suspensas” para todos nós, outras são opção mas até fica bem culpar a pandemia (do género exercício físico e essas excentricidades), outras até tenho dificuldade em lembrar se fiz ou não durante esta semana (terá sido no ano passado que vi aquela série ou aquela ideia que tive foi mesmo agora?!).

Creio que este ano de pandemia e o confinamento, para quem verdadeiramente o cumpriu, têm este efeito secundário de distorcer a noção de tempo e espaço.

Quer dizer, vamos mesmo contar este ano? Até estava com esperanças de poder socorrer-me da pandemia para dizer que ah e tal este ano não contou e por isso em 2021 vou fazer 18 anos outra vez. Acham que cola?

A verdade é que estamos todos ansiosos por estar juntos novamente, marcar aquela almoçarada de família e aquela saída de amigos, mas já especularam sobre quais vão ser os nossos temas de conversa iniciais? “Então e tu, Zé, como lidaste com a tua solidão?”; “bem, amigas, tenho 1258 séries que vi durante este ano, sobre qual querem que vos conte primeiro?!”; “o ponto alto do meu ano foi um mês em que aspirei apenas duas vezes e consegui manter a casa, ó, impecável”; “eu descobri que os jardineiros passam aqui na rua cerca de duas vezes por semana e demoram em média 3 horas, 32 minutos e 18 segundos ali naquela parte, assim aproximadamente”.

Sim, todos vamos ter receitas para partilhar no final da quarentena, alguns de nós com muitos quilos de experiência só para ter a certeza de que sabemos do que falamos.

Também todos nós sentimos dificuldades e receios que poderíamos partilhar, se bem que deduzo que vá ocorrer uma espécie de “amnésia coletiva” e que Covid vá ser “he-who-must-not-be-named”. Imagino que quando estivermos a contar este tipo de experiências iremos referir ”aquele ano”, “aquele período”, “naquela altura, tu sabes qual”.

Dou por mim a pensar que se neste momento fosse para uma esplanada com um grupo de amigos, muito provavelmente ia ser aquela pessoa que quebra o gelo com um “epá, arrefeceu bastante, não achas?”, um ano e tal depois de não estarmos juntos.

Até conjeturo com alguma ansiedade que pudessem perguntar “então e que tal correu a semana?” ou um “então que tens feito?”. Tenho cá para mim que o meu cérebro era capaz de despontar algum sinal de erro.

Adorava ter algo de super interessante e cativante para contar, uma ideia super inovadora, umas dicas espetacularmente úteis sobre algo importante.

Na verdade, não sei se não tenho, se até estão para ali na gaveta de ideias desta semana e eu simplesmente já não consigo ver através da confusão.

Deixo-vos um confuso desabafo, na expetativa de que faça algum sentido, e até de encontrar algum consolo por ressoar noutras confusões. Se assim não for, podemos sempre dizer que a culpa foi do “you-know-who”.

R.

18
Ago20

Herrar é umano, mas á herros e erros.

quatro de treta e um bebé

Espantem-se: continuo naquela fase de apelo ao amor. No mês passado alertei-vos para quando devem ativar o sinal verde, mesmo que seja manualmente. Este mês vou mais longe e faço serviço público.

Uma mensagem cheia de erros ortográficos é algo que dá cabo de qual relação (acrescentem este ponto à lista de ativação automática do sinal vermelho). Assim, e aproveitando o momento (raro), deixo-vos uma lista de palavras que devem constar do vosso vocabulário, para que as usem no momento certo. Reitero: no momento certo. E em caso de dúvida, consultem este artigo. Sem medo. As vezes que fizerem falta. E lembrem-se: uma cara bonita não é tudo, principalmente a partir do momento que abre a boca... ou mexe os dedos. 

  1. “Há” e “à”

Há: verbo haver - exemplo prático (ep): há muito tempo que não te vejo.

À: preposição - ep: estou à tua espera.

  1. “Haver” e “a ver”

Haver: verbo - ep: se continuas a chorar assim por ele, vai haver uma enchente na cidade.

A ver: afinidade (ou não) entre duas coisas - ep: isto não ter nada a ver contigo.

  1. “Haja” e “aja”

Haja: verbo haver - ep: haja paciência para as tuas crises de ciúmes

Aja: verbo agir - ep: se ele quer salvar a nossa relação, é bom que aja imediatamente.

(neste caso, deixo-vos um truque: se der para substituir pela palavra existir, então é com h)

  1. “Aparte” e “à parte”

Aparte: imperativo do verbo “apartar” (que quer dizer separar ou desviar) ou um substantivo masculino (que significa um comentário isolado, como se fosse um parêntese em um discurso) - ep: sempre que discutimos o assunto do casamento, ele não consegue manter sua linha de raciocínio e faz apartes desnecessários o tempo todo.

À parte: que já está ou vai ser separado - ep: Ele quer ter uma conversa comigo à parte de toda a gente.

  1. “Perca” e “perda”

Perda: substantivo - ep: ele é uma perda de tempo.

Perca: verbo - ep: não perca tempo com ele.

  1. “Comprimento” e “cumprimento”

Cumprimento: saudação - ep: apresento-lhe os meus mais sinceros cumprimentos.

Comprimento: medida - ep: aquilo tem 1 palmo de comprimento.

Espero, sinceramente, que vos ajude. E se prenderem a vossa cara metade, graças a este artigo ou, pelo menos, não a perderem, por favor, enviem-me uma mensagem. Morrerei feliz, sabendo que contribuí para um mundo melhor.

 

M. 

 

Errata: Onde se lê "Herrar é umano, mas á herros e erros", deverá ler-se: "Errar é humano, mas há erros e erros". 

28
Mar19

Bloqueio criativo

quatro de treta e um bebé

Lanço o papel branco em cima da mesa e saco da caneca, pronta para desbravar em prosa, linha a linha, um conteúdo interessante para o meu post no blog. Porém, a tinta não escorre, a ideia não surge, as palavras não saem.

 

Bem, na verdade, abro um novo documento word, mas vocês entendem a ideia.

 

Eis que surge, perante mim, o temível, o terrorífico, o impiedoso… writer’s block.

 

Dizendo de outra forma, não sai qualquer texto! Contudo, dizê-lo desta forma não soa tão bem, pois não? Chamemos-lhe um bloqueio criativo. Não, não é a segunda frase que custa a escrever, é mesmo a primeira que não aparece.

 

Confessei este meu desespero produtivo à M., cuja resposta me deixou bem mais tranquila: “estamos umas autênticas escritoras, isto só acontece às escritoras!

 

Querem ver que a árida época que atravesso, fonte da minha preocupação, é, afinal, nem mais nem menos do que a prova, em si mesma, da nossa qualidade de escritoras?

 

Esta fase infrutífera nada passa, afinal, do que uma mera praxe das mentes criativas, um ritual de passagem, a derradeira prova de sobrevivência criativa?

 

É que, se o é, então garanto-vos, há aqui escritora, porque esta conversa foi já há umas semanas e, à semelhança do resto do país, a seca mantem-se por estes lados.

 

Eu tenho ideias, tenho uma lista delas, temas que quero trazer para o blog, experiências que quero partilhar, histórias que quero contar. Sucede que, página aberta, as palavras não fluem, não surgem no cérebro, quanto mais nas pontas dos dedos. É uma sensação estranha, de que as ideias estão lá ao longe, gosto delas e acho que vão dar bons posts, mas estão longe, e eu estou completamente desconectada delas, como se a ponte que conectava a ilha das ideias à página do post tivesse temporariamente fechada para obras.

 

Não sei quanto tempo demorarão as ditas cujas, contudo, por hoje, escapo-me sorrateiramente com um post sobre não conseguir escrever um post

 

Para já, chamo-lhe um writer’s block, porque o estrangeirismo é sempre mais chique, e procuro refúgio na teoria da M., até descobrir como o magicamente curar.

 

C-Writer_s_Block_grande.jpg

Vela: https://whiskeyriversoap.com/products/a-candle-for-writers-block

 

R.

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