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quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

12
Fev21

Sobre lugares especiais - a praia da Aguda

quatro de treta e um bebé

Todos temos aqueles lugares que são casa.

Há o Porto, obviamente. Nascida e criada. Portuense e tripeira. A minha cidade favorita e a mais bonita.

Há a Lageosa da Raia, claro. A outra parte das minhas raízes. A casa de tantas pessoas especiais e de tão boas memórias.

 

E, depois, há outros lugares, mais ou menos improváveis, aos quais, ouvindo o nome ou revendo fotografias, nos conseguimos quase de imediato transportar. Lugares que respiram sentimentos fortes e que, por algum motivo, falam mais alto do que outros.

 

A praia da Aguda é, para mim, um desses lugares.

 

Conheço-a desde pequena. Entre passeios e idas à praia em família, desde a Madalena até aos gelados do Esquimó, aquela costa ganhou um sentido de familiaridade.

Dos imensos passeios com os meus avós, uma das minhas memórias favoritas passa por lá. Tantas vezes apanhamos o autocarro até à praia da Madalena, passeamos pelos passadiços até à praia da Aguda ou da Granja, e de lá voltámos de comboio (não sem antes parar para o lanche, obrigatório em qualquer passeio com os avós). Num desses dias, decidimos não parar, e, entre os tropeções da avó nas tábuas do passadiço, o confundir a Capela do Senhor da Pedra com Espinho, os muitos “vamos lá, só mais um bocadinho”, e o olhar de esguelha para as placas com o número de Km’s que iam aparecendo, acabamos por chegar a Espinho, num dos nossos passeios favoritos e mais memoráveis (por ter sido tão bom, mas também pela história dos 10 Km’s que percorremos quase sem dar conta).

 

Por isso, descobrir que os avós do J. tinham uma casa de praia na Aguda foi duplamente bom: desde logo porque, bem, é uma casa de praia, e segundo por ser um lugar que já me era querido.

Desde então, a praia da Aguda tornou-se também um refúgio e passou a alimentar novas histórias e memórias, desde passeios, a encontros com amigos, a escapadelas com o J., a espaço de família e de partilha.

De ouvir as histórias de infância da mãe do J. e do J., quase as consigo imaginar (as do J. são esmagadoramente pacíficas, desde os saltos do paredão, a nadar até perder as forças, todas as corridas de bicicleta e jogos de futebol).

Ao carinho que já sentia, juntei-lhe a afeição que o J. tem por aquele lugar que conhece tão bem, todas as aventuras e memórias que me conta, e todas as recordações que desde então criámos em conjunto.

As viagens de comboio, o pequeno-almoço na pastelaria, o pequeno supermercado, o café depois de jantar junto à praia, os jogos de futebol e a tábua mista no Ela’s Bar, as tapas no Pinchos, das minhas pizzas favoritas no Ciao Bella, todos os passeios junto ao mar.

Todos os encontros a dois, as experiências culinárias, os banhos de sol no jardim, o tempo em família, as sestas na praia, os (raros, que aquela água é gelada!) mergulhos, conhecer o Charlie ainda cachorrinho, ver os sobrinhos a crescer e correr com eles atrás dos animais selvagens que se escondem nos arbustos, o cenário típico do Charlie, o J. e os bebés no mirante a ver os carros passar.

Por tudo isto e por muito mais, a praia da Aguda é um sítio muito especial, em várias dimensões e significados, e um dos lugares a que mais anseio por voltar, assim que a pandemia o deixar.

 

E vocês, quais sãos os vossos lugares especiais?

R.

19
Mai20

Época Balnear 2020

quatro de treta e um bebé

A abertura da época balnear nunca foi digna de uma abertura com "pompa e circunstância", pelo simples facto de, se assim entedêssemos, podermos estender a toalha na areia em pleno mês de dezembro, e com a exceção da pneumonia ou da hipotermia, mais ninguém queria saber disso.

Este ano, o Covid-19 veio por-nos a todos a ansiar pela tal abertura da época balnear. E as medidas governamentais que se pretendem implementar, para que o regresso às praia seja o mais seguro possível, colocou-nos em frente à TV, a ouvir com bastante atenção, para percebermos se em vez de acordarmos às cinco da manhã para conseguirmos estender a toalha o mais perto possível da água, não temos que passar lá a noite para garantir que temos lugar no areal. Tipo fila para marcação de consulta no centro de saúde. Nada de novo.


Ao que a mim diz respeito, admito estar super entusiasmada com a época balnear 2020. Pela primeira vez, desde que me lembro, posso chamar a policia quando aquela família com 20 pessoas, chegar à praia às onze da manhã e montar a barraca (literalmente) no metro quadrado que sobrou ao meu lado. Estou em êxtase só pela possibilidade.

Há anos que anseio que apareça uma nuvem bem carregada, em cima deles, do tamanho desse metro quadrado, e que comece a chover torrencialmente, só ali. Ou então que a onda do mar, faça um pequeno desvio, naquele metro quadrado, e leve todas as suas coisas. Obrigada Covid.

Também prevejo que, este ano, seja possível resolver o problema daquelas criaturas (adultos e crianças, entenda-se!) que passam a correr junto à minha toalha. A minha solução passará por tossir ou espirrar, com todas as minhas forças, no momento em que por ali passam. Acredito que não voltem a passar e prefiram dar a volta à praia, mesmo que essa volta seja de 10 km. Obrigada Covid.


Não deixa de ser incrível como é necessário que apareça um tal vírus para que as regras de bom senso sejam cumpridas. E por esse motivo, estou grata.


Aproveito este post, para vos informar, queridos leitores, que, para aqueles que não consigam passar a noite na praia e dessa forma garantir o seu lugar, na minha casa, em Vila Praia de Âncora, tenho um terraço onde cabem cerca de 10 pessoas (garantindo as devidas distâncias de segurança), disponível para alugar. Para além do sossego do vosso metro quadrado, garantimos uma bacia onde podem molhar os pés e refrescar-se. Tem vista para o mar. Mais informações por MP. 


M.

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