Resoluções de Ano Novo.
Na viragem do ano que agora terminou, dizia-vos eu que adorava resoluções de ano novo. E que apesar de não acreditar verdadeiramente nelas, nunca deixava passar as doze badaladas sem a companhia das uvas passas e o respetivo desejo.
Odeio uvas passas e não sou fã de champanhe (!), mas todos os anos, no dia 31 de dezembro, preparo, sem exceção, as 12 uvas passas (que envolve a árdua tarefa de encontrar as doze uvas mais pequenas para que o sacrifício seja também ele mais pequeno ou, pelo menos, mais fácil de superar) e à meia noite estendo a mão ao champanhe. Cumpro religiosamente o que manda a tradição. Peço um desejo por cada uva passa e brindo ao novo ano, ao que aí vem. Brindo ao ano que passou e fecho o tal ciclo.
Assim que terminam as doze baladas termina também o ritual. Nunca mais penso nos desejos! E no final do novo ano que acabou de chegar recomeço tudo de novo. Literalmente.
Não penso nos desejos que fiz no ano anterior. Não faço um balanço do que pedi ou daquilo a que me comprometi. O mais certo é nem saber o que pedi no ano anterior.
Não sei se o drama dos 30 (e um, já sei) chega a este ponto, mas este ano foi diferente. Dias antes do final do ano, do nada, dei por mim a pensar nas minhas resoluções para o ano 2019. Lembro-me (e desta vez tão bem) que todas tinham algo em comum: mudança. Mudança radical. De vida, de cidade, de emprego, de amor. Mudar tudo. Não que tudo estivesse mal, não estava, mas porque a minha vida precisava de ser agitada e nada melhor que a mudança (radical) para isso.
Recordo-me, ainda, de ter pensado que mudar tudo era muita coisa e que talvez não fosse possível num só ano. Priorizar era difícil, queria todas da mesma forma. Talvez porque queria que todas estivessem interligadas.
Sem que disso me tivesse apercebido, durante o ano de 2019 ocorreram essas mudanças. Talvez como nos anos anteriores, aqueles em que não fiz balanço. Não da forma que as imaginei, não com a tal agitação que previ. Mas chego ao fim do ano com tanto. Com mais do que desejei à meia noite do dia 1 de janeiro de 2019. E estou tão grata por isso. Contudo, a vida andou, rodou, mudou e eu… eu nem dei por isso. E continuo a querer mais e mais e mais.
No dia 31 de dezembro, voltei a pedir 12 desejos. Voltaram a ter a mudança no centro. Algumas vinham do ano anterior, porque a mudança não foi suficiente, outras são novas, porque os anos passam, a coisas mudam, mas continuo inconformada.
Feliz 2020.
M.
Ps.: Ainda não foi este ano que fui a NY.