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quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

quatro de treta e um bebé!

"Não me digam que concordam comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." – Oscar Wilde

17
Mai22

Carta aberta.

quatro de treta e um bebé

“A felicidade é momentânea”, disseste-me tu, naquela tarde. “Vives momentos de felicidade, mas não consegues que ela seja permanente”, insististe. 

Com o brilho no olhar e sorriso no rosto, talvez na ilusão do mundo perfeito, mas poucos argumentos, respondi-te que me propunha a provar-te o contrário. 

Anos mais tarde, no sossego que nos proporcionamos, perguntei-te se ainda achavas o mesmo. Sorriste, suspiraste e abraçaste-me de forma cúmplice. Li as entrelinhas.

Quis o destino (sempre o destino), que viéssemos a seguir caminhos diferentes. Despediste-te de mim com um "vês, eu disse-te, a felicidade é momentânea". 

A tristeza é momentânea, pensei com convicção. Porra, a tristeza é momentânea.

 

Quando nos conhecemos, vivias num círculo fechado. Eras um círculo fechado. Impossível de transpor. Cheio de segredos, de medos, de fantasmas. De fantasmas! Desconfiado, por natureza. Com ambições profissionais, mas sem grandes ambições pessoais. Cheio de medo das ambições pessoais. Não demonstravas sentimentos, fechava-los em ti com receio de que os outros os usassem. Não percebias que eras tu quem, dessa forma, os virava contra ti.

Assumi, perante mim mesma, a difícil tarefa de transpor essa barreira. Sempre adorei desafios e objetivo era claro: encher a tua vida de vida. E enchi.

O raio do destino (outra vez o destino!) quis que nos voltássemos a cruzar. E por esse motivo, quis saber mais sobre ti. Como estavas, o que fazias, o que fizeste, o que viveste… Porra.

Sempre tiveste razão. A felicidade é momentânea. Para quem se conforma com isso!

 

M.

02
Mai19

O amor e a fotografia.

quatro de treta e um bebé

A fotografia sempre assumiu um lugar importante na vida das pessoas.

 

Se recorrermos aos nossos primórdios, facilmente percebemos que a fotografia está presente desde sempre. Não da forma que a conhecemos agora, é certo. Mas estava lá. Recorde-se, a título de exemplo, as pinturas rupestres, que nada mais são do que “fotografias” dos momentos vividos na época e que os nossos antepassados perpetuaram no tempo. É graças a elas, que hoje temos uma vaga ideia do que faziam na altura. Excelentes caçadores, quiseram fazer-nos crer, mas péssimos "fotógrafos", conseguimos concluir.

 

Antes, como agora, preocupámo-nos em registar aquilo que entendemos como importante, o que queremos que fique para o futuro. Há uns dias, um amigo escrevia na sua página do facebook, que "um dia seremos apenas o retrato na estante de alguém". Querem prova maior da importância da fotografia? 

Hoje diz-se que a fotografia se tornou vulgar. Efetivamente, constatamos com alguma frequência que as pessoas se preocupam mais em captar os momentos do que em vivê-los. Todavia, entendo que isso não retira a importância da fotografia. Eu diria antes que a fotografia se tornou mais fácil. Mas não menos importante.

 

Fotografar é uma arte. E como todas as artes exige que haja amor. Não há arte sem amor. Pode haver qualquer coisa. Qualquer tentativa. Rasca. Banal. Sem jeito. Assim, fotografar exige amor. À fotografia, ou ao que se fotográfa. E só isso nos faz explorar. No verdadeiro sentido da palavra.

 

Recentemente, estive de férias em Barcelona. Poderia partilhar convosco as fotos, para que percebessem melhor o meu devaneio acerca deste tema, mas não vos vou expor a isso. Nem a vocês, nem a mim. Adianto apenas que não se aproveita uma. Ponderei sobre os porquês (afinal, a modelo é top) e conclui que não podes ir de férias com qualquer pessoa e esperar que tire fotos para colocar na estante, sem que alguém visite a casa e não se ria (como fazemos na casa dos amigos quando vemos aquelas fotos de criança). Já pensaram porquê que a imagem de todos os reis é feia, mas a imagem de jesus cristo é bonita?

 

A partir de agora só viajo com pessoas que cumpram, pelo menos, um desses dois requisitos: ou amam a fotografia ou amam a minha pessoa. Com preferência, a primeira hipótese. Já que segunda pode facilmente induzi-los em erros, e acharem que está sempre tudo bem. Afinal... o amor, por vezes, faz ver tudo bonito. 

 

Felizmente a minha próxima viagem é com a Catarina, uma grande amiga minha. Que ama a fotografia... e também me ama a mim. De certeza!

 

M.

 

01
Abr19

esquisitices.

quatro de treta e um bebé

Há muitos anos atrás (oh meu deus, já tenho muitos anos atrás!) tive uma paixão platónica que, também ela, durou alguns anos. Talvez andasse no 7.º ou 8.º ano e ele no 11.º ou 12.º. Como uma verdadeira paixão platónica, ele nunca soube. Ninguém soube. Nunca tínhamos falado e apenas o via ao longe. Como sabemos, a vida dá voltas e o destino é traiçoeiro. Conheci-o quando já estava na faculdade, por acaso, num daqueles típicos jantares de Coimbra. A paixão platónica ainda existia. Até que ele abriu a boca para falar para mim... e a paixão morreu!

 

Um sorriso, um olhar, o tom de voz. As mãos, as conversas ou a gargalhada. Todos temos algo que se destaca na pessoa que nos cativou e por quem nos apaixonamos. Arrisco-me a dizer que cada um de vocês saberá dizer uma, ou várias coisas, acerca da pessoa por quem nutrem sentimentos.

 

Saberão responder de igual modo acerca daquilo que vos afastou, por completo e à primeira vista (ou momento) de determinada pessoa? Aquela característica que não sendo má, ou não a tornando numa pessoa má, que não tendo a pessoa culpa, vos fez por um ponto final ainda antes do início da frase?

 

Há uns tempos, em conversa com uma amiga, dizia-me ela que no programa do “O Carro do Amor”, uma das candidatas deu sinal vermelho ao par simplesmente porque ele era mais baixo do que ela. E que apesar de toda a cumplicidade que existiu entre os dois desde o primeiro momento, havia algo do qual a candidata não se conseguia abstrair... a altura.

 

Divagamos sobre o tema e concluímos que ambas teríamos feito a mesma coisa. Talvez não o admitíssemos na TV. Talvez não disséssemos à pessoa. Mas saberíamos que era isso que nos estava a impedir de avançar.

 

Não que tenha passado pela experiência (ou se passei nem me apercebi de tão automático que foi o bloqueio), mas quase que garanto que jamais me apaixonaria por alguém mais baixo do que eu. Por muito que tivesse “tudo o resto”. É um facto: ser mais baixo colocaria logo, só por si, o sinal vermelho. O ponto final antes da frase. Mas podíamos ser amigos para sempre.

 

Dei pelo meu pensamento a divagar sobre aquelas coisas que ativariam o sinal vermelho. E concluí que até tenho algumas.

 

A voz. Capaz de destruir uma paixão platónica de anos. E me faz fazer questão de falar com as possíveis paixões platónicas que surgem.

 

A data de nascimento com um número igual ou superior a 1993. (Tenho que partilhar convosco que primeiro escrevi 1998, apaguei e escrevi, 1995 e voltei a apagar e escrevi, finalmente, 1993. Ainda voltei a apagar com a intenção de colocar 1991, mas voltei a escrever um 3. Não estou certa disto. Mas prefiro manter a amplitude, pelo menos mental).

 

A bagagem...

 

Neste momento, tenho aqueles que me são mais próximos a revirar os olhos e a dizer em voz alta (porque já não conseguem controlar o som): “mas ainda há alguém que acredite que ela não vai ser solteira a vida toda?”.

 

Calma! Ainda há esperança no Tinder!

 

M.

07
Jan19

Quando só tens para dizer a primeira coisa que te vem à cabeça, o melhor é não dizeres nada.

quatro de treta e um bebé

Há uns anos, na minha primeira entrevista, tinha à minha frente a um ilustre advogado, que, do nada e sem que nada o fizesse prever, me passava uma folha em branco e uma caneta, e me pedia para escrever qualquer coisa. Qualquer coisa me viesse à cabeça. O que me apetecesse.

 

Hoje, sentada na minha sala, enquanto vejo na TV a notícia de que o meu Benfica venceu, por 4-2, o Rio Ave, estou com a mesma sensação. A sensação de que me passaram um papel e uma caneta para as mãos e me pediram para escrever qualquer coisa. Assim, do nada. Simples e fácil. Escreve. O que te vier à cabeça.

 

Mas... isto não é assim. Não é escreve e pronto. E muito menos é fácil.
Na verdade até me passaram algumas ideias pela cabeça. Mas da mesma forma que naquela entrevista não podia escrever sobre a primeira coisa que me veio à cabeça (até porque a primeira coisa que me veio pela cabeça foi "passou-se"), também aqui, não me parece bem fazê-lo.

 

Pensando bem, viveríamos num mundo bem melhor, se a maior parte das vezes não fizéssemos ou disséssemos a primeira coisa que nos vem à cabeça. Na maior parte das vezes, sai asneira. E é irreversível. Vejamos, a título de exemplo, os comentários de Manuel Luís Goucha acerca de uma entrevista, na qual se confunde o direito de opinião com crime.

 

A propósito, e apenas em jeito de esclarecimento, fascismo, racismo, machismo e homicídio não são questões de opinião. São crimes. Previstos e punidos (e bem) no nosso Código Penal. Infelizmente, e por sua vez, a estupidez crónica não é crime. Ainda. Mas na minha opinião (depois de refletir), devia.

 

Como ainda estamos a tempo de fazer resoluções de ano novo, sugiro que, este ano, as pessoas reflitam antes de dizerem a primeira coisa que lhes vem a cabeça. Vamos todos rever, ponderar e, na maior parte das vezes, guardar só para nós, e reformular antes de falar ou fazer.
Isto claro, se quisermos ser recrutados ou manter um blogue são. Ou, quiçá, não quisermos praticar estupidez crónica na TV. Ou noutro sitio qualquer.

 

Pondo já esta resolução em prática, pensei, ponderei e guardei as ideias que me passaram pela cabeça e vou só divagar até ao final. Tal como fiz na entrevista.

 

Já agora, na tal entrevista, escrevi a minha carta de apresentação. A qual deu origem à resposta: "egocêntrica, como qualquer escorpião". Fui recrutada, deve ter sido um elogio.


M.

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